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quinta-feira, 24 de março de 2011

O Sarau Letra Livre homenageia a escritora goiana Clara Dawn

O Sarau Letra Live acontece todo último domingo de cada mês no Café Cultura do Goiânia Ouro. Começando geralmente às 20h, os saraus deste ano veem mostrando atrações bastante diversificadas. A cada mês, uma temática que acaba conduzindo a noite. A primeira homenagem do ano foi à Clarice Lispector. Agora, no mês de Março, o evento terá como foco a escritora goiana Clara Dawn.




Alétheia – romance de Clara Dawn aborda conceitos e preconceitos e persegue a verdade – por Valdivino Braz:

Temas atuais, portanto pertinentes, oportunos, como racismo, homossexualidade, pedofilia, prostituição, violência e crimes hediondos – sem faltar um serial killer -, entre outros, são enfocados no romance Alétheia, da escritora Clara Dawn, de Goiânia. Com selo da Editora Kelps, a obra foi lançada em março de 2008 e atualmente está com edição esgotada com segunda edição prevista para o final de 2011.  O romance traz um cunho moral e, segundo Clara Dawn, teve sua concepção no dia 20 de novembro de 2003. Dia da consciência negra, fermentando-se  a partir das reflexões da autora sobre a questão: “ Comecei a pensar dialeticamente se a consciência possui mesmo uma cor. O tema perturbou minha mente por muitos dias. Decidi, então, dedicar-me ao estudo dos diferentes tipos de preconceitos e de discriminação: racial, moral, cultural, religiosa e principalmente, social”, informa a escritora.

Com um diversidade de temas recorrentes da realidade cotidiana, Clara Dawn lida com diferentes personagens para tecer uma trama de crimes, paixões e questões sociais que se colocam em tela para prender a atenção do leitor e provocar necessárias reflexões. A trama toda se desenrola na região da Grande Goiânia, passando por São Paulo, sem faltar os lances cinematográficos ou reflexos do noticiário televisivo que locupleta os lares brasileiros.
Numa treliça de histórias intercaladas, o romance se leva a sério dentro do se propõe. Mostra, entre outras personagens, um negro às voltas com o próprio modo racista e preconceituoso de ver a vida, e que idealiza um grupo de apoio aos excluídos da sociedade em que vivem. “ E é pela história de cada membro do grupo que tento expressar o caráter denso da realidade brasileira, sua maneira de ser, seu estilo de vida, seus dilemas, o que pensam os brasileiros e no que acreditam e esperam”, explica a romancista.
Clara Dawn diz perceber que a sociedade não pode ser entendida de modo unitário, na base de uma só causa ou de um princípio social. “Ao contrário dos domínios que tomei para estudá-la, percebi que todos se revelaram como possuídos de um senso comum. Um senso intrigante da mistura de catolicismo com religiões populares, de personagens intermediários da miscigenação de raças, e de gente que pode permitir uma conciliação com tudo que a sociedade empresta-lhe em termos de educação”, completa.
A autora vai adiante ao afirmar que não acredita mais em preconceito racial, mas sim numa grande discriminação social, que “um negro rico não é discriminado; o obeso endinheirado também não; o senil abastado é um grande homem. O homossexual opulento é grande artista; o deficiente famigerado é um exemplo de vida, ao passo que os miseráveis – não os de espírito, mas os de bolso – são feios, fétidos e maus”.
A partir de sua visão, Clara Dawn buscou, por meio da parábola da verdade (Alétheia) relatada por Platão, refletir sobre o que se entende por verdade. “Será que nossas verdades são as sombras que se encontram à nossa frente? Será que elas se resumem ao que se percebe com os cinco sentidos?”, questiona a escritora, acrescentando que quando se acredita apenas no que se consegue ver, fica-se preso às muralhas da existência, dos sentidos, das percepções, dos conceitos e dos preconceitos.  


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