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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A Casa - por Gilberto Mendonça Teles


Lá Sebastiana de Pablo Neruda

"Estimada Clara  Dawn,

você me surpreende a cada dia. Desta vez duplamente: pela dedicatória da cronica e, mais que ela (a dedicatória), pela beleza do seu texto. Você deve ser a primeira em Goiás a escrever uma crônica com a natureza poética da crônica. Linguagem e metalinguagem sem pedatismo, narrando poeticamente a "construção" dessa parede (dessa casa) maior que o mundo, eterna pela força poética da linguagem. Os teóricos de Goiás têm de conhecer e louvar a sua "Parede". Quando a li, lembrei-me de um poema meu "A Casa", em & Cone de sombras (1995), onde me valho de  expediente parecido na construção de um poema:
                                                                    
A CASA
                                     
De madeira de lei, a casa
 tem sua lógica, seu prumo:
 risca-se um nome e o que se traça
 é parte viva do conjunto.

Na expectativa de apreendê-la
algo se dá e se edifica:
finca-se o esteio de aroeira
e ergue-se um céu de pau-a-pique.

Na cumeeira, abrindo as asas,
a profusão de sol e festa:
caibros e ripas — a sintaxe
e a enunciação da viga-mestra.

No chão batido, a sombra e o cheiro
da palavra verde enlaçada;
e no ar, a ponta de um novelo
prendendo a música da flauta.

Nalgum lugar uma janela
do novo espaço se articula,
como se do ermo da matéria
brotasse um ramo de leitura.

E o que se deu se abre e se alinha
na execução de seu projeto,
enquanto a palavra sucinta
se faz vertical, como um cedro".

                                O abraço agradecido do Gilberto Mendonça Teles

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